Artigo e textos Literários sobre São Félix de Balsas



Francisco Martins Silva
Professor licenciado em Geografia pela Universidade Estadual do Piauí.
Especialista em Pedagogia Escolar pela Faculdade de Teologia HOKEMÃ.
Mestrando em Ciências da Educação pela UNIFUTURO.

Resumo
São Félix de Balsas, município do estado do Maranhão, ao tornar-se região povoada por migrantes vindos do Piauí desde meados do século XVIII, passando pelo processo de escravização de povos indígenas, surgimento da sede e dos povoados principalmente por localizar-se às margens do rio Balsas, a influência e devoção a São Félix de Valóis, o processo de emancipação política para seu desmembramento do município de Loreto, são fatores que ao longo de muitos anos vem reescrevendo e ampliando com verdadeiro sentimento de pertença e valor os aspectos históricos, culturais e políticos da região. As tradições culturais e religiosas e a trajetória política do município têm-se tornado de grande visibilidade e despertado interesses para maior conhecimento.

Palavras-chave: São Félix de Balsas; Emancipação; Cultura; História.

Summary
São Felix de Balsas, a municipality in the state of Maranhão, becoming a region populated by migrants from Piauí since the mid-eighteenth century, through the process of enslavement of indigenous peoples, the emergence of the headquarters and settlements mainly because they are located on the banks the influence and devotion to Saint Felix de Valois, the process of political emancipation for its dismemberment of the municipality of Loreto, are factors that over many years has been rewriting and enlarging with a true sense of belonging and value the historical aspects, cultural and political aspects of the region. The cultural and religious traditions and the political trajectory of the municipality have become of great visibility and aroused interests for greater knowledge.

Keyword(s): São Félix de Balsas; Emancipation; Culture; Story.

Introdução

Durante anos desde a chegada dos primeiros moradores, a plantação de lavouras e surgimento dos primeiros comerciantes, São Félix de Balsas município pertencente ao estado do Maranhão teve seus primeiros passos como povoado e vila pertencendo a Loreto, e que por um mosaico de fatores influenciados pela política, a religião e a cultura consolidou-se como um território que banhado pelo rio Balsas e seus riachos tornou-se um município com uma cidade-sede São Félix de Balsas e seus povoados, verdadeiro patrimônio territorial que merece atenção.
As festividades religiosas, cívicas e culturas como o aniversario da cidade, os festejos de São Félix de Valóis, o Divino espirito Santo, os Santos Reis e outras manifestações culturais tem-se destacado no senário municipal.
Os interesses sociais, o surgimento de partidos políticos, sindicatos, a criação de escolas e implantação de órgãos do governo no município trouxeram à região, sobretudo à cidade de São Félix de Balsas o caráter de um lugar que mesmo por instalar-se na ilha de Balsas, numa localização a 39km da BR 230 que liga o município às outras localidades do estado do Maranhão, traz em seu histórico o perfil de uma região que aspira por ações promissoras.

São Félix de Balsas e seus desdobramentos históricos

O município de São Félix de Balsas Maranhão, tem desde o seu princípio de povoamento, ao longo do século XVIII com a chegada dos primeiros moradores advindos do Piauí até tornar-se emancipado um município com sede própria, uma história política de relevante importância para nosso conhecimento e proveito para com a condução dos desdobramentos de toda sua trajetória.
Há registros de que no princípio de seu povoamento, migrantes que vindos de algumas localidades do Piauí e também de outras áreas do nordeste,  e que fugindo das secas e de dificuldades para sobreviverem se instalavam na região devido  abundância de águas por conta do rio Balsas e de riachos na região, e em busca de terra fértil para o plantio, porém, um dos pontos altos foi a criação do Aldeamento São Félix da Boa Vista às margens do rio Balsas em meados de 1750, sobre influencia também do movimento bandeirantes que na época por vários estados e regiões se expandiam como meio de dizimar ou escravizar índios, no caso akroas e guegues nestas proximidades, como afirma DIAS (2012): “e tiveram que combater grupos indígenas que continuamente encontravam-se vagando por várias regiões entre as capitanias circunvizinhas”; e barganhar poder político e territorial, realizando-se assim com um processo motivado tanto pela instalação de fazenda como pela adestração de indígenas capturados para o trabalho escravo.
Posteriormente foram povoando a região famílias vindas do Piaui como: de São Raimundo Nonato, Canto do Buriti, Uruçuí, Oeiras, etc.


São Félix de Balsas e seus desdobramentos culturais

O município de São Félix de Balsas traz em seu histórico ritos culturais de suma importância para o enriquecimento de sua história, sobretudo àqueles voltados à religiosidade, pois, manifestações de fé e devoção a São Félix de Valóis no que se refere às manifestações religiosas, originada e motivada por moradores que vindos do Piauí, mas precisamente da cidade de Oeiras que ao chegarem na região trouxeram consigo uma imagem do santo, esta tornando-se devotada até por índios que viveram na região, e que com o passar dos anos projetou-se a construção da Igreja de São Félix de Valóis, que num futuro viria a se tornar Paróquia enquanto município emancipado e que pertencente à diocese de Balsas Maranhão, sendo que o mesmo em 2013 veio a tornar-se Santuário São Félix de Valóis.
A devoção religiosa ao Divino Espírito Santo tem forte representação nos povoados Batateiras e Mamoeiro que como expressão religiosa vem a fortalecer os ritos culturais da região.
O folclore também vem manifesto nas festividades do Reisado que durante longos anos veio a ser festejado no mês de janeiro em alusão a 6 de janeiro dia dos Santo Reis, vivenciados e apresentados às comunidades pelos moradores do povoado Mamoeiro. Um outro aspecto que tem manifesto ao longo de anos e com relevante importância nos ritos culturais são as festas de São Pedro e São João tanto na comunidade Santa Rosa motivados e festejados por dona Ana Martins Reis (Ana Piauí) como também no povoado Pé da Ladeiro onde também se festeja São João Batista.

São Félix de Balsas e seus desdobramentos políticos

Apesar de ter-se dado inicio ao povoamento da região no século XVIII tanto com a criação do Aldeamento São Félix da Boa Vista por migrantes do Piauí, com a captura e condução de índios para região que ficou num passado que requer bastante atenção e estudo, visto que  São Félix de Balsas já ter se tornado um Distrito pela lei provincial nº 13 de 8 de maio de 1835, ainda no século XIX, e passado a pertencer ao município de Loreto, foi nas primeiras décadas do século XX sob a influência de Henrique Martins considerado o primeiro anfitrião do lugar que ao casar-se com Inês Sandes foi quem deu os primeiros passos na contribuição para com o surgimento de escolas, agencia dos correios, comercio e festividades cívicas, São Félix de Balsa já vivenciava seus passos para a civilização.
É oportuno ressaltar que politicamente o território de São Félix começou a aspirar por emancipação e com grande  interesse pela sua verdadeira independência como município foi sob influência de Augusto Martins e Antonio Martins Macedo (Tonico Martins) filhos da terra que tornaram-se prefeitos em Loreto e por Manoel Pereira da Silva (vereador) em Loreto, dentre outras personalidades que manifestaram apoio, iniciou-se as discussões sobre a emancipação de São Félix de Balsas vindo a concretizar-se com a aprovação da lei 1852 de 9 de novembro de 1959, passando a vigorar a partir de janeiro 1961 e com a implantação do distrito sede em 12 de abril de 1961.
Claro Martins, comerciante e um dos mais antigos moradores da região assumiu o cargo de prefeito provisório logo após a implantação do Distrito sede de São Félix de Balsas a partir de 1961 até a realização do processo eleitoral, sendo que Francisco Martins Santos (Santos Martins) assumisse como primeiro prefeito eleito pelo voto direto, com chapa única e para um mandato de seis anos, este tendo como vive - prefeito Antonio Martins Macedo (Tonico Martins). Cabe ressaltar que Tonico Martins (irmão mais novo de Henrique Martins) já havia então assumido o cargo de prefeito de Loreto, eleito na década de 1950, bem antes da emancipação do município de São Félix de Balsas, sendo este um dos percussores na luta por emancipação.

São Félix de Balsas e seu contexto atual

O município de São Félix de Balsas, na atualidade mostra-se um espaço de grandes discussões e expressões sociais, tanto para com a preservação da sua história como é notável as comemorações cívicas de 12 de abril em alusão ao aniversário da cidade e pelo processo de sua emancipação, e também nas comemorações dos festejos do santo padroeiro São Félix de Valóis dos dias 11 a 20 de novembro. No senário político enquanto São Félix ainda povoado de Loreto, os registros relevantes da atuação de Augusto Martins e Tonico Martins como prefeitos de Loreto na década de 1950, após a emancipação do município inspiraram outras personalidades à ascensão política como José de Arimatea Barros, João Oliveira Reis, Manoel Pereira da Silva, Felix Costa Neto dentre outros, sobretudo, a ascensão de mulheres como Socorro de Maria Martins ao cargo de prefeita em 2008. Tal fato proporcionou maior visibilidade dentro do processo democrático, sobretudo da atuação da mulher na política.
O município de São Félix de Balsas tem sido agraciado com ações voltadas à educação no que se refere à formação de professores sob a atuação de Pe. Raimundo Alves que em parceria com a UEMA instalou no município curso universitário para contemplar formação acadêmica para educadores da região.
Atualmente São Félix de Balsas conta com uma população de 4.609 habitantes, estimativa 2018 (IBGE).

Considerações finais

Todas as questões relatadas em relação aos aspectos históricos, foram resultados de análises e busca de informações seguras para contemplar de forma objetiva como se iniciou o curso de povoamento, os motivos e suas consequências tornando-se uma região habitada com influências comercias, interesses políticos e a evolução das tradições culturais de seu povo.
É pertinente ressaltar que as manifestações religiosas, folclóricas e cívicas são fatores importantes que enriquecem a história do município de São Félix de Balsas – MA e precisa-se sempre serem cultivadas e preservadas para que não se percam na história.
Dentre os fatos expostos neste artigo, o processo político com seus desdobramentos tem ficado na memória do povo são felense, marcado o cotidiano e motivado muitos a seguirem o caminho da política, sobretudo na gestão pública.

Referências

Processo 258. Assembleia Legislativa do Maranhão. PROJETO DE LEI  351. Ano 1956.

CORREA FILHO, Francisco Lages; GOMES, Érico Rodrigues; NUNES, Ossian Otávio; LOPES FILHO, José Barbosa. Projeto cadastro de fontes de abastecimento por água subterrânea: estado do Maranhão: Relatório diagnóstico do municpio de São Félix de Balsas.
Data: 2011

DIAS, Nívea Paula. A Capitania de São José do Piauhy na racionalidade espacial pombalina. Natal, RN. Universidade estadual do Rio Grande do Norte. 2012.


SANTANA, Anchieta Alves de. Cidade Menina. Uruçuí. 2018.

SÃO FÉLIX DE BALSAS. https://cidades.ibge.gov.br/brasil/ma/sao-felix-de-balsas/historico.




Poema em homenagem à Boa Vista
(Por Francisco Martins Silva)

Oh, Boa Vista,
Em um morro a se instalar,
Oh, Boa Vista, teu significado se fundamenta
Muito bem em nosso lugar.
És o início, o berço de nossa história,
Um aldeamento de fazendeiros em meados do século XVIII a se fundar.
Em busca de plantios e colheitas,
Índios a escravizar,
Apelos e orações a São Félix de Valóis a se dedicar.
Primeira morada,
Primeiro templo de orações,
Primeiro cemitério a se criar.
És o princípio de uma cidade, um município a se emancipar.
Em ti missas, novenas e devoções foram pregadas,
Procissões a caminho realizadas,
Berço de culturas e tradições de nossas vidas,
Em São Félix de Balsas, oh, Boa Vista
Sempre e sempre serás lembrada.


POEMA: Rua Grande, a mais bela rua
(Por Francisco Martins Silva)

Um trajeto para o nosso caminhar,
A mais bela rua da cidade para se contemplar!
A vizinhança sempre atenta
A tudo a reverenciar.
Rua Grande, chão sagrado deste humilde lugar.
Nela encontram-se famílias, amigos e parentes
Lares, caminhantes a passear.
Ao partir do entorno da estátua São Félix de Valóis
Em São Félix de Balsas
O caminhante se aventura por ela a andar
E encanta-se com a escola Augusto Martins, pois nela situada está.
Dentre outras atenções a nos chamar
Comércios e bares,
A farmácia, o centro paroquial...
Tudo entre famílias a habitar
Dando-se cada passo até a Matriz próxima ao Juá.
Rua Grande, além de acolhedora, é linda!
Faz parte do nosso lugar.
Vai ser sempre um patrimônio social
Coroando nossa cidade de beleza, cultura e amor
Digna de se admirar!


Árvore centenária
(Por Francisco Martins Silva)

Ela é centenária, histórica e anciã.
Arvore esplendida e florida
Carregada de flores com seus aromas e cores para o mundo a se expandir!
Por mais de um século de vida, só sabe florir!
Ofertar sua sombra e seu ar puro àquele que a procura
E com sua beleza a se distrair!
Seus galhos são moradas para os pássaros que mais cantam para nossa cidade ouvir!
Amante do cantar dos pássaros e do badalar do sino da Matriz à missa a nos conduzir.
Amiga dos orvalhos das manhãs
Tornando-se cada vez mais serena, uma real postura para uma verdadeira anciã.
Oh Bougainvillea! Chamamos-te de florido Juá!
Nossa inspiração para com toda a natureza,
E ao meio ambiente nos ensinando a amar.
És resistência ao tempo e ao calor,
Só basta uma chuva para o verde das folhas e as flores a retornarem.
Patrimônio ecológico de nossa cidade,
Benção sagrada para se reverenciar!
São Félix de Balsas vive esta graça,
E assim, toda a nossa terra natal vive a te contemplar!


Um poema pra minha Terra
(Por Francisco Martins Silva)

Nos cerrados do Sul do Maranhão,
Ladeado por águas do rio Balsas e Parnaíba,
Existe nosso município com suas terras de belezas e de grande expressão.
Há terras pra todo lado,
Terras férteis e abençoadas,
É São Félix de Balsas, nossa maior admiração.
A cidade-sede bem pequena com ar histórico
De um vilarejo calmo e majestoso,
O nosso povo acolhedor e inteligente
Sempre a cultivar sonhos e êxitos vindouros.
A Igreja Matriz São Félix de Valóis
Tornou-se um Santuário;
Expressão de fé, de esperança, amor e libertação,
Os votos e contra votos dos fiéis
São provas vivas de grande devoção.
A Rua Grande tão formosa, notável por sua beleza e trajetória,
A Prefeitura e a Câmara de Vereadores
Vem sempre registrando fatos de nossa História.
O rio Balsas, uma graça e benção do Criador,
Nosso amigo mais presente nos sacia a sede e nos traz lazer com vigor.
A Boa Vista também guarda história
Dos primeiros moradores, de indígenas, da fé de nossa gente
Ficou bem guardada em nossa memória.
O riacho Grande, da Carniças e Riachinho,
Águas que a muito tem servido em diversas ocasiões
Às pessoas, nossos animais e à nossa bela vegetação.
A Trizidela é marca de nossa História,
Tem vida, alma e emoção, é nossa Belém com honra e amor;
O povoado Batateiras, um esplendor de histórias vividas
De caráter cultural e promissor.
Tem Pé da Ladeira, Sambaíba e Faveira,
Também Canafístula, Mamoeiro e outros mais;
São localidades que tornam nosso município com presença rica e magistral.
De frutas tem nos cajueiros, goiabeiras e manguezais,
São farturas de produção;
Já os legumes: arroz, feijão, mandioca e outros mais
São colhidos com prazer, fruto de nossas plantações.
Na Educação temos o Henrique Martins e Augusto Martins;
Escolas que na cidade acolhem a todos para formação
E o Sossego da Mamãe, escola infantil, acolhendo crianças com dedicação.
O Juá, a árvore mais linda da região;
Árvore centenária, cartão postal;
Um encanto para os olhos, sentimentos e emoção.
Temos mais belezas e riquezas que se possa imaginar
Para no dia a dia registrando com intensa admiração
Cada espaço deste lugar
E assim, sobre nossa terra vou versando na escrita e no coração,
Oh São Félix de Balsas!
Que prazer em te homenagear com inteira dedicação
Com este poema contando tuas riquezas
És graça e benção e de todos nós merece amor e gratidão.


PEÇA DE TEATRO: SÃO FÉLIX, UM SANTO QUE JÁ FOI PRÍNCIPE
POR FRANCISCO MARTINS SILVA
A peça São Félix, um santo que já foi príncipe é uma obra literária baseada na história de vida de Félix de Valóis, um sacerdote francês que mesmo advindo de família nobre, pertencente à alta nobreza da França no século XII, sendo, pois, um príncipe e dono de enorme patrimônio na realiza, mas, movido pela vocação e fé religiosa, abre mão do título de nobreza e do patrimônio familiar para se ordenar sacerdote e viver sua missão. A atitude de abrir mão da nobreza e do conforto que vivia, a total entrega à vocação sacerdotal, a caridade, os desafios enfrentados durante toda a sua missão em vida, é prova do testemunho de sua bondade e amor ao que era justo e sagrado.
SÃO FÉLIX, UM SANTO QUE JÁ FOI PRÍNCIPE
GÊNERO: drama
PERSONAGENS: 8
Por Francisco Martins Silva
Uruçuí– Piauí
2020
PERSONAGENS
Félix de Valóis
João da Mata
Jovem
Duque de Valóis
Anjo
Guarda 1
Guarda 2
Papa Inocêncio III
ÉPOCA: século XII
LUGAR: França
PRIMEIRO ATO
[Em um cenário típico do período do século XII na França o jovem príncipe Félix de Valóis com trajes normais da realeza vive a pensar e a rezar]
CENA I
NARRADOR
(Em tom solene e grave)
Félix de Valóis, um príncipe da realeza francesa, filho do conde Raul de Vermandois e de Alienor de Champagner, neto de Hugo, Félix ao nascer foi batizado Hugo nome lhe dado em homenagem ao seu avô. Até os 20 anos foi educado como um príncipe, porém, sentia no coração o chamado para a vida religiosa, mesmo cercado de cuidados, de uma boa educação e conforto, Félix vive a pensar e a rezar pela sua vocação religiosa.
FÉLIX
(Pensativo e orante)
Ó Senhor Deus, sinto-me chamado por Vós para viver a vocação religiosa. O Vosso amor é grande, é infinito, a vossa messe é grande, os vossos projetos são inumeráveis, o vosso evangelho queima o meu coração.
Quero servir-lhe Senhor.
Desejo que me chamem de Félix, não mais de Hugo.
Quero viver a vida simples, e não a de um príncipe.
Existem muitos necessitados que precisam de acolhida, apoio e caridade.
NARRADOR
Félix desde jovem costumava acolher necessitados e fazer obras de caridade. Um dos atos fervorosos de proteção e acolhida feitos por Félix foi o de proteger de uma condenação dada por um de seus tios, o duque de Valóis, era a condenação de um jovem que havia cometido homicídio.
DUQUE DE VALÓIS
(Em tom severo e humilhante)
Este jovem que cometeu homicídio, pois ele tirou a vida de um cristão, matou uma pessoa, deve ser preso e condenado, eu lhe darei a punição severa como dita as leis neste reinado.
FÉLIX
(Em tom de bondade, insistente e comprometedor)
Ó Duque de Valóis, por piedade e misericórdia, mesmo diante de grave acontecimento, dai-lhe uma chance, nem que entregue aos meus cuidados, pois farei dele um bom cristão.
JOVEM
(Ressentido e impotente)
Confesso minha culpa, mas, misericórdia...
DUQUE DE VALÓIS
Leve-o e resolva o destino deste jovem que cometeu tamanho crime.
(O jovem cai de joelhos aos pés de São Félix)
NARRADOR
Há relato de que o jovem acolhido por Félix, tornou-se um bom cristão e converteu-se.
SEGUNDO ATO
[Félix já se encontra com trajes de sacerdote]
CENA II
NARRADOR
Félix após se ordenar sacerdote procura então se dedicar aos trabalhos eclesiais, a evangelizar, e assim, é procurado pelo padre João da Mata que já algum tempo planeja a se juntar a Félix para trabalharem na missão.
JOÃO DA MATA
Félix, oh que felicidade vos encontrar! Preciso que te unas a mim para trabalharmos pelo evangelho, seguirmos nossa vocação e missão. Deus nos chama!
FÉLIX
Precisamos pregar a palavra de Deus
Testemunharmos o amor de Jesus Cristo e libertar muitos cativos.
NARRADOR
Félix e João da Mata logo ao andarem próximo da fonte onde os eremitas costumavam apanhar água, viram uma corça branca com uma cruz vermelha e azul entre os chifres.
JOÃO DA MATA
Esta corça me lembra a visão que tive quando celebrei minha primeira missa. Algo divino, algo de Deus me toca.
FÉLIX
Acredito que seja algum sinal de Deus Pai para a nossa missão, muitos cristãos vivem perseguidos e escravizados pelos muçulmanos, grandes inimigos dos cristãos, sinto que temos que fazer algo para ajuda-los, sinto que Deus nos conduz a isso.
NARRADOR
Félix e João da Mata vão à caça no bosque de Cerfroid e tem uma visão divina.
ANJO
Ó servos de Deus, chamo-os para empreenderem uma luta para libertar os cristãos que estão sendo escravizados pelos muçulmanos. Quero que criem uma ordem religiosa com este propósito.
NARRADOR
(Félix e João da Mata tocados pela mensagem divina, seguem para Roma ao encontro do Papa Inocêncio III)
Félix de Valóis e João da Mata movidos pela fé e o amor a Deus, e pela vocação religiosa seguiram para Roma ao encontro do Papa Inocêncio III para lhes contar sobre a visão divina que tiveram em Cefroid.
SEGUNDO ATO
[Félix e João da Mata com o Papa Inocêncio III]
SENA I
NARRADOR
Félix e João da Mata conseguem então se apresentarem ao Papa Inocêncio III, que os acolhe com generosidade
FÉLIX
Senhor, tivemos uma visão divina, precisamos lhe falar. Um anjo de Deus falou conosco.
JOÃO DA MATA
Ele nos diz que temos que criarmos uma ordem religiosa com a finalidade de libertar os cristãos da escravidão imposta pelos muçulmanos.
PAPA INOCÊNCIO III
Ó filhos de Deus obedientes e amados, também lhes confesso que tive a mesma visão, autorizo que possais criar a ordem religiosa com novos padres e trabalharem nesse propósito designado por Deus.
NARRADOR
Em seguida, Félix e João da Mata se despediram do Papa e voltaram pra Cerfroid na França, e com muito trabalho projetado por João da Mata, construíram assim o Convento da Ordem da Santíssima Trindade para a Libertação dos Cristãos, os cristãos escravizados pelos muçulmanos. A Ordem também ficou conhecida como Ordem dos Padres Trinitários.
[Após algum tempo, Félix e João da Mata conseguem fundar um convento em Cerfroid]
CENA II
NARRADOR
Félix e João da Mata festejam com alegria a realização da fundação do convento em Cerfroid.
FÉLIX
Que bom meu amigo que o projeto de fundação do convento já se encontra realizado.
JOÃO DA MATA
Sim, graças ao nosso bom Deus que muitos jovens nos procuram no convento para seguirem a vida religiosa.
FÉLIX
O melhor de tudo também é que muitas famílias da redondeza estão nos apoiando nesta jornada.
NARRADOR
(Guardas muçulmanos tramam perseguição à Félix e João da Mata)
Enquanto São Félix e padre João da Mata trabalhavam incansavelmente para a criação da Ordem da Santíssima Trindade para a Libertação dos Cristãos, soldados muçulmanos planejavam persegui-los e escraviza-los tentando pôr abaixo os planos Deus sobre eles.
GUARDA 1
Precisamos acabar com eles. Vamos prendê-los e fazê-los nossos escravos.
GUARDA 2
Vamos impedir esse trabalho desses sacerdotes cristãos. Vamos destruí-los.
NARADOR
Num momento de retiro e oração, Félix confessa que sente que os guardas muçulmanos tramam contra eles e sua ordem religiosa
FÉLIX
Sei que nossa luta não é fácil, sei que os muçulmanos nos perseguem e tentam nos escravizar como já vem fazendo com muitos de nossos cristãos, precisamos sermos fortes e persistentes, precisamos de muita oração e muita fé.
JOÃO DA MATA
Sim, precisamos encontrar meios de salvar nosso povo cristão.
FÉLIX
Nem que pra isso tivermos que sacrificarmos a nossa própria vida, nos entregarmos em troca da libertação de nosso povo cristão e fiel.
JOÃO DA MATA
Vamos seguir em frente, se Deus nos orientou pra isso, com certeza nosso Deus Pai vai nos mostrar sempre o caminho.
NARRADOR
Félix trabalhou incansavelmente na formação espiritual de membros da ordem cujo número crescia sempre devido à sua santidade. Com o tempo foi-se constatando bons resultados de muitos e muitos cristãos que foram presos e escravizados pelos muçulmanos, agora já eram cristãos libertados e convertidos.
FÉLIX
Ó Nosso Deus e Nosso Pai
Ó Cristo Jesus
Ó Divino Espírito Santo
Que alegria poder confessar a todos que com muito empenho criamos a Ordem dos Padres Trinitários.
Construímos um convento em Cerfrois e propagamos a nossa ordem religiosa pela França e por Roma.
Fundamos o Convento de São Maturino em Paris.
E agora, em muitos e muitos lugares estão se expandindo trabalhos frutos de nossas obras. Que Maria Santíssima sempre e sempre caminhe conosco.
(No momento todos no palco reverenciam São Félix e em seguida fazem reverência ao público. As cortinas se fecham)
FIM


Trizidela
(Por Francisco Martins)

Trizidela, bairro mais antigo da cidade,
Nossa Belém,
Tem forte traço cultural e político,
Nos conquista como ninguém,
Nela viveu o primeiro prefeito municipal,
Claro Martins e sua família
Oh, veio Ioiô
Vivenciando suas Tradições tão manifestas com vigor.
Separada da cidade de São Félix pelo rio Balsas
Foi por muito tempo a entrada de nossa cidade
Hoje, daqueles velhos tempos só nos dá saudades.
A balsa que as ligava muitos a contemplavam,
Era um espetáculo diário que todos admiravam.
Terra de Nossa Senhora do Carmo, Mãe do Carmelo
Oh, Trizidela, oh nossa bela Belém
De crianças e jovens de sonhos singelos.
Pequenina vila de nossa cidade
De um povo lutador, das roças e plantações,
Do coco babaçu,
És berço de fatos e histórias que nos traz vivacidade.


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